Desmistificar a ideia da arma de fogo como apenas um instrumento nocivo na sociedade e promover a cultura dos clubes de tiro. Essa foi a premissa da audiência pública realizada nesta sexta-feira (12), na Câmara Municipal. Promovida pelo vereador Subtenente Eliabe (PL) o evento teve como tema “A importância dos CACs e Clubes de Tiro em Natal”, e debateu o papel dessas instituições para o esporte, para a economia e para a segurança pública e pessoal.
De acordo com o Subtenente Eliabe, o debate ganha relevância devido ao crescimento do número de CACs (sigla utilizada para identificar os Caçadores, Atiradores Desportivos e Colecionadores de armas de fogo no Brasil), e ao aumento dos clubes de tiro no Rio Grande do Norte. “Temos seis clubes de tiro em Natal, mais seis na região metropolitana e nosso objetivo é esse, levar a informação de que esses locais são ambientes seguros, de aprendizagem de cidadania, de defesa pessoal, sempre de maneira rigorosa, responsável e dentro da lei”.
A audiência contou com a participação de desportistas, proprietários de clubes de tiro, instrutores e de autoridades, como o deputado federal Sargento Gonçalves (PL) e o deputado estadual Coronel Azevedo (PL).
Para o Sargento Gonçalves, há uma cultura em torno da utilização das armas de fogo que precisa ser divulgada. “A sociedade passa por uma deturpação, muito preconceito em relação aos clubes de tiro e aos CACs. Nosso movimento não é sobre a arma, é sobre liberdade. A cultura armamentista é uma cultura muito séria, uma cultura segura, uma disciplina de fato. Quem conhece, quem visita o clube de tiro sabe da disciplina que existe dentre esses clubes, inclusive do incentivo ao esporte do tiro esportivo. Então, isso faz parte da história, da cultura do esporte brasileiro, e por isso a importância de orientar, de trazer essa informação ao público, ao povo Natal”, declarou o parlamentar federal.
Segundo o Coronel Azevedo, a orientação quanto ao uso correto da arma de fogo, promovida pelos instrutores dos clubes de tiro, é uma forma de autodefesa do cidadão. “Os clubes atuam nessas duas vertentes principais, o esporte e também a autodefesa ou a legítima defesa. Nós temos, como exemplo, o Uruguai, o país que mais tem armas por habitantes e é o país mais seguro da América do Sul. O mesmo acontece na região sul do Brasil, onde o índice de armas de fogo por cidadão reflete nos baixos índices de violência. As estatísticas dizem que onde há clube de tiro, o indicador de violência é menor. E o papel da Câmara Municipal é fundamental para que nós possamos ter cada vez mais clubes de tiro, oferecendo ao povo o esporte, o lazer e também a segurança, o exercício e o aprimoramento do preparo para que cada cidadão brasileiro possa exercer a sua autodefesa”, defendeu o representante da Assembleia Legislativa.
Para o Keyson Lima, proprietário do clube de tiro Ironside, o entrave para o aumento de praticantes de tiro esportivo e de CACs está na burocracia. “O desafio está na necessidade de renovar toda a documentação em um curto período de tempo, cada vez que você solicita alguma coisa. Por exemplo, eu tenho uma guia de transporte da minha arma da minha residência para o meu clube. Ela vence de seis em seis meses. Antes era a cada dez anos, depois caiu para três, agora a cada seis meses, e tudo isso tem um custo financeiro. Fora isso, o clube também tem suas obrigações. Hoje você tem que ter controle de biometria, controle de sócios, controle de câmeras, tem que manter toda a instalação segura e tudo isso eleva bastante o custo da atividade no nosso país. Mesmo assim, o clube é acessível para todos aqueles que passam pelos trâmites tanto da Polícia Federal quanto do exércíto”, informou o empresário.
Texto: Cleber Femina
Fotos: Francisco de Assis