Uma sessão solene para o Setembro Dourado e o Setembro Amarelo na Câmara Municipal de Natal, nesta segunda-feira (29), marcou o encerramento das duas campanhas de conscientização sobre câncer infantojuvenil (Setembro Dourado) e a prevenção ao suicídio e cuidado com a saúde mental (Setembro Amarelo), que buscam abrir o diálogo sobre esses temas, quebrar tabus, informar a população e incentivar a busca por ajuda e apoio, destacando a importância de cuidar da vida em todas as suas formas. Na ocasião, personalidades com contribuições relevantes nessas causas foram homenageadas pelo Legislativo natalense.
O Setembro Dourado é um movimento global que busca chamar a atenção para o câncer infantojuvenil, destacando a necessidade de diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio às crianças e famílias que enfrentam essa luta. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer pediátrico representa aproximadamente 3% em relação ao câncer de adultos, porém é hoje a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes brasileiros. A cor dourada representa a força e a resiliência das crianças em sua batalha contra o câncer.
Já o Setembro Amarelo surgiu com a ideia de quebrar tabus, reduzir estigmas, estimular que as pessoas busquem e ofereçam ajuda. Desde 2015, quando ocorreu a primeira edição, ano a ano este movimento vem crescendo com mais pessoas reconhecendo que falar sobre suicídio é fundamental. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
"A Mesa Diretora da Câmara de Natal abraçou estas duas iniciativas e fez um mês de divulgação para a questão da saúde mental e do câncer infantojuvenil. Hoje é o encerramento desta campanha pela valorização da vida, incentivo à reflexão, ao autocuidado e busca do diagnóstico precoce. Para celebrar, uma solenidade na qual homenageamos autoridades e profissionais que se destacam nos contextos abordados pelas campanhas desse mês", afirmou a presidente da Comissão de Saúde da CMN, vereadora Camila Araújo (União Brasil).
Na sequência, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, vereador Pedro Henrique (PP), destacou o Setembro Dourado que trabalha a questão do câncer infantojuvenil. "O foco aqui é o diagnóstico precoce, que aumenta as taxas de cura para até 80%. Para tanto, a gente enfatiza o tempo todo a importância da prevenção, do diagnóstico precoce. Trata-se de uma pauta que a nossa Frente Parlamentar trabalha intensamente", disse.
A Secretária Adjunta de Saúde do Rio Grande do Norte, Leidiane Fernandes de Queiroz, avaliou de forma positiva os resultados do Setembro Dourado e do Setembro Amarelo. "Participamos de diversos encontros e reuniões sobre saúde. Vejo essas campanhas como o início de um grande movimento que continuará, inclusive abordando outros temas impactantes como a doação de órgãos. O grande acerto é a inclusão da população na discussão sobre saúde, tornando-a acessível a todos, e não apenas um tema técnico. Porque acredito que a união entre políticos, profissionais e cidadãos é essencial para garantir serviços de saúde de qualidade para todos, em prol da vida".
O presidente da Casa Durval Paiva, Rilder Campos, foi um dos homenageados da sessão solene. Segundo ele, a situação em Natal ainda é preocupante, com diagnósticos tardios que diminuem as chances de cura do câncer infantojuvenil. "Precisamos continuar a mobilização da sociedade, divulgar os sintomas do câncer, melhorar o acesso ao diagnóstico precoce, envolver hospitais, instituições de apoio e acelerar o processo. Faz-se necessário o engajamento de todos: Estado, Município, Governo Federal, empresários e população devem se unir para aumentar as chances de cura, tornar o tratamento menos invasivo e reduzir custos".
Também homenageada, a psicóloga Cristina Ramos informou que a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida. "Esse dado é muito forte e infelizmente é real. Temos que falar desse assunto para que a gente possa entrar com a prevenção, que é o mais importante diante do suicídio. Chamo atenção para os adolescentes, pois cresce o número de casos nessa faixa etária. A adolescência por si só já é um período de muita dificuldade. Os jovens têm os padrões sociais, a busca por identidade, as exigências por performance e desempenho, as mudanças corporais, hormonais. E tudo isso os torna mais vulneráveis, agravando a situação" explicou.
Texto: Junior Martins
Fotos: Elpídio Júnior